cantigas
Neste tipo de cantiga o trovador destaca todas as qualidades da mulher amada, colocando-se numa posição inferior (de vassalo) a ela. O tema mais comum é o amor não correspondido. As cantigas de amor reproduzem o sistema hierárquico na época do feudalismo, pois o trovador passa a ser o vassalo da amada (suserana) e espera receber um benefício em troca de seus “serviços” (as trovas, o amor dispensado, sofrimento pelo amor não correspondido).
Exemplo de lírica galego-portuguesa (de Bernal de Bonaval):
"A dona que eu am'e tenho por Senhor amostrade-me-a Deus, se vos en prazer for, se non dade-me-a morte.
A que tenh'eu por lume d'estes olhos meus e porque choran sempr(e) amostrade-me-a Deus, se non dade-me-a morte.
Essa que Vós fezestes melhor parecer de quantas sei, a Deus, fazede-me-a veer, se non dade-me-a morte.
A Deus, que me-a fizestes mais amar, mostrade-me-a algo possa con ela falar, se non dade-me-a morte."
Cantigas de Amigo Enquanto nas Cantigas de Amor o eu-lírico é um homem, nas de Amigo é uma mulher (embora os escritores fossem homens). A palavra amigo nestas cantigas tem o significado de namorado. O tema principal é a lamentação da mulher pela falta do amado.
Exemplo (de D. Dinis)
"Ai flores, ai flores do verde pino, se sabedes novas do meu amigo! ai Deus, e u é?
Ai flores, ai flores do verde ramo, se sabedes novas do meu amado! ai Deus, e u é?
Se sabedes novas do meu amigo, aquel que mentiu do que pôs comigo! ai Deus, e u é?
Se sabedes novas do meu amado, aquel que mentiu do que mi há jurado! ai Deus, e u é?"
(...)
Cantigas de Maldizer Através delas, os trovadores faziam sátiras diretas, chegando muitas vezes a agressões verbais. Em algumas situações eram utilizados palavrões. O nome da pessoa satirizada podia aparecer explicitamente na cantiga ou não.
Exemplo de cantiga Joan Garcia de Guilhade
"Ai dona fea! Foste-vos queixar
Que vos nunca louv'en meu trobar
Mais ora quero fazer un cantar
En que