Canibal
I.a) Formação da identidade brasileira. A construção identitária passa necessariamente pelo olhar do Outro, porque não conseguimos ver o nosso próprio Eu e de fato, precisamos de alguma forma um olhar exterior. O indivíduo e os grupos constrõem sua identidade tanto nos seus atos que nas representações que eles fazem de si mesmos.
É na relação do Eu com o Outro que se contrói a identidade do Eu. Somente no fato de ver o Outro como diferente que pode nascer a consciênça identitária. Precisamos do Outro na sua diferença para tomar consciênça de nossa própria existência.
A identidade se constrói num princípio de alteridade que supõe em jogos de atração e de rejeição, o mesmo e o Outro, os quais se identificam de uma maneira dialética.
A nacionalidade é de fato uma identidade comum aos povos de um país. No Brasil, como em todos os países que foram colonizados, a verdadeira questão seria: Quais são os nossos ancestrais? Seriam os índios, os brancos ou os negros? A construção da identidade de uma nação necessita elementos como fatos, uma história para a sua formação. Elementos esses que são modelos de virtude nacionais, uma língua comum, heróis que marcaram a História, monumentos culturais, uma paisagem específica, e entre muitos outros... O caso do Brasil representa uma das primeiras experiênças de criação de uma nação fora da Europa. Para a formação de uma nação, é preciso adquerir uma consciênça única – a identidade – e ao mesmo tempo é preciso ter consciênça da diferença dos outros – a alteridade. Portugal como todos sabem, representa o grande Outro para o Brasil. Foi a partir do dia 7 de setembro de 1822 – dia da Independência do Brasil – que começa a criar-se o sentimento de nacionalismo. O processo de construção da nacionalidade brasileira começa então com Don Pedro I que renuncia a Portugal e assume sua “brasileiridade” cortando os laços com a Corte no Dia do Fico. A partir desse momento, o novo