Cangaço
Portanto, podemos entender o cangaço como um fenômeno social, caracterizado por atitudes violentas por parte dos cangaceiros. Estes, que andavam em bandos armados, espalhavam o medo pelo sertão nordestino. Promoviam saques a fazendas, atacavam comboios e chegavam a sequestrar fazendeiros para obtenção de resgates. Aqueles que respeitavam e acatavam as ordens dos cangaceiros não sofriam, pelo contrário, eram muitas vezes ajudados. Esta atitude, fez com que os cangaceiros fossem respeitados e até mesmo admirados por parte da população da época.
O termo Cangaço é proveniente de canga, uma peça de madeira utilizada nos pescoços dos bois para transporte. Como os chamados cangaceiros tinham que carregar todos seus pertences junto ao corpo, deu-se o nome a partir da associação. O primeiro homem a ter agido como cangaceiro teria sido José Gomes ou Cabeleira, como era chamado. Diz-se que ele aterrorizava a região de Recife na segunda metade do século XVIII. Mas o movimento só ganhou corpo mesmo no final do século XIX.
Existiram três tipos de cangaço na história do sertão: o defensivo, de ação esporádica na guarda de propriedades rurais, em virtude de ameaças de índios, disputa de terras e rixas de famílias; o político, expressão do poder dos grandes fazendeiros; e o independente, com características de banditismo.
Nesta época, o nordeste passava por momentos difíceis e homens criminosos espalhavam o terror com suas vidas nômades. Já o primeiro grupo propriamente dito foi o de Jesuíno Alves de Melo Calado, chamado de Jesuíno Brilhante, que também praticou seus atos criminosos na segunda metade