Candomblé
Os Terreiros de Roraima
Luciney Araújo – Cientista Social e Colaborador do NCPAM
O trabalho de conclusão de Bacharelado em Ciências Sociais, O Mapeamento dos
Terreiros de Matrizes Africanas em Boa Vista de Günter Bayerl Padilha, defendido no ano de 2008 na Universidade Federal de Roraima, aborda um tema bastante obscuro e ao mesmo tempo fascinante, Günter Padilha mergulha no universo do misticismo afroreligioso, apresentando como que de forma pioneira o mapeamento e a classificação das casas de candomblés e umbanda da Cidade de Boa Vista-RR.
Como toda pesquisa com temática africana, a escassez de referenciais bibliográficos e dados inconsistentes sobre africanos na região norte durante todo período colonial e a inquietação provocada de que a Região Norte era habitada somente por populações indígenas foram alguns tópicos que levaram o autor a buscar dados sobre as comunidades negras. Um dos pontos identificados durante o campo da pesquisa foi à forte migração ocorrida durante as décadas de 1980 e 1990, contribuíram para o surgimento e a preservação desses cultos em Boa Vista.
Sua pesquisa iniciada no ano de 2006, contou com incursões pelos bairros da cidade, e fora motivada por dados apresentados no Censo do IBGE em que cerca de 7.054 pessoas se denominavam como negras e deste universo cerca de 66 pessoas declaram junto ao IBGE que tinham como religião o Candomblé, levou o pesquisador com um faro antropológico mapear 21 terreiros e/ou pontos de cultos afros na Cidade de Boa
Vista.
A miopia em que a antropologia e história configurada na apresentação de dados sobre as religiões de Matriz africana no Estado de Roraima assim como em outras partes da
Amazônia começara a ter foco de visibilidade, pois a partir desses dados, Günter
Padilha, tem como objetivo central de sua pesquisa, apresentar ao leitor as casas de
Candomblé e Umbanda em Boa Vista, buscando suas origens e rastreando principalmente o local