Candiotto
“Da imanência entre regimes de verdade e efeitos de poder resulta a genealogia das “políticas de verdade” em torno das práticas confessionais. Examinar os atos de verdade observados em tais práticasimplica deter-se naquilo que eles permitem legitimar, justificar e reproduzir.” (p. 03).
“A constituição do sujeito pela enunciação de sua própria verdade configura o efeito de uma relação de poder e por isso se trata de subjetivação sujeitada. O vínculo entre o sujeito e sua verdade é estabelecido em virtude dos mecanismos do saber-poder.”(p. 06).
“Interessa antes saber por que se quis tanto no Ocidente vincular o sujeito à sua verdade, por sua verdade e pela enunciação de sua verdade. Se de um lado constitui uma questão jurídica e institucional investigar de que modo o sujeito encontra-se vinculado e submete-se ao poder que é exercido sobre ele, de outro, figura como problemática política e histórica estabelecer como ele está atado à sua identidade mediante atos de verdade determinados. Na abordagem genealógica das práticas confessionais prescinde-se da dimensão jurídico-institucional para privilegiar seu aspecto histórico-político.”(p. 07).
“Na Modernidade, houve a proliferação exacerbada da verbalização do sujeito sobre si mesmo como meio de produção de sua identidade verdadeira. Para Foucault, a insistência em tal estratégia não objetiva apenas a tentativa de curapara doenças psíquicas ou a libertação da sexualidade reprimida. Ela faz parte de mecanismos de poder que atuam em nossa sociedade produzindo verdades e sujeitando os indivíduos.”(p. 07).
“O dispositivo de sexualidade é o mecanismo de poder cujo efeito é a constituição da verdade do sexo. No discurso das ciências humanas, tais como a sexologia e a psicologia, ele atua como produtor de identidades. A verdade da identidade deixa de ser