Cancro citrico
Técnico
ISSN 0102-0099
Brasília, DF
Novembro, 2003
Cancro cítrico: permanente preocupação da citricultura no Brasil e no mundo
Alexandre Morais do Amaral1
Introdução
O cancro cítrico é considerado em todo o mundo como uma das mais importantes doenças dentre aquelas que ocorrem nas plantas cultivadas. A doença ocorre nos citros e em seus aparentados, afetando diversas variedades de importância comercial, tais como laranjas, limões, limas e pomelos, entre outros. Causado por organismo bastante agressivo e de rápida disseminação, o cancro está presente em pomares de citros de várias partes do mundo, o que inclui países líderes na produção de laranja para a indústria de suco, como o Brasil e os Estados Unidos. Os primeiros relatos da anomalia no território brasileiro ocorreram na década de 50 (Bitancourt, 1957). Desde então, a doença, ressurgente nos pomares, tem provocado a implementação de medidas legais rígidas para o seu controle.
Além da produção de frutos para suco, as exportações de frutos frescos também ficam comprometidas, pois vários países, como aqueles que compõem a comunidade européia, classificam a doença como “Praga Exótica”, fazendo com que as importações sejam realizadas mediante uma série de exigências. O Brasil, desde a 11a. reunião do
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Grupo de Trabalho Permanente em Quarentena Vegetal
(Montevidéu, Uruguai, junho de 1995), classifica o cancro cítrico como “Praga Quarentenária A2” (Rodrigues Neto e
Ribeiro, 2002), ou seja, a “praga” está presente no país ou região, sendo limitada a uma determinada área oficialmente controlada. Além disso, os governos federais, estaduais e municipais têm promovido ações conjuntas de defesa e inspeção vegetal com a finalidade de prevenir a entrada da doença e controlar a sua disseminação, pela interdição de propriedades com contaminação e eliminação de plantas doentes, inclusive com a implementação da
Campanha Nacional de Erradicação do Cancro Cítrico