Camilo e seu "amor de perdição"
Poeta, romancista, dramaturgo, critico literário, insaciável polemista, inconstante amante. Caixeiro viajante ao cruzar Portugal levava em sua mala artigos de luxo que se misturavam a alguns produtos vulgares: o domínio absoluto e pleno da arte de narrar; mais significativas da Literatura Portuguesa; vários corações destroçados (inclusive o seu); o amor e o ódio da sociedade; algumas contradições politicas, escândalos e escândalos.
As aventuras amorosas vividas por Camilo Castelo Branco acabaram-se por se transformar na trama mais romântica dentre as tantas que formam a sua obra. Ao final de sua vida, Camilo escreveu: “Não deixo nada, deixo um exemplo”.
Assim era Camilo um eterno inadaptado, sempre a se deslocar de um ponto a outro com suas botas de cano alto, longa capa preta, vasto bigode, rosto picado pelas marcas da varíola, chapelão alto de abas redondas. De Lisboa para a cidade do Porto; do Porto para Vila Real de Trás-os-Montes; de Vila Real para Coimbra, de Coimbra para Lisboa, etc...
Camilo Ferreira Botelho Castelo Branco nasceu a 16/03/1825, em Lisboa, filho de Manuel Joaquim Botelho Castelo Branco e de Jacinta Rosa do Espirito Santa, criada de Manuel.
Camilo não guardou lembrança de sua mãe, pois ela faleceu quando ele tinha apenas 02 anos de idade em 1827, ficou apenas o vazio e a ausência: “Eu nunca tive seio de mãe onde encostar a cabeça”. Seu pai faleceu em 1835, de seu pai guardou algumas lembranças, dentre elas as ultimas palavras balbuciadas rente ao ouvido do menino com 10 anos: “Que será de ti, meu filho, sem ninguém para te amar?...”.
Da pequena família restou apenas à irmã, Carolina de 14 anos, os órfãos são mandados para Vila Real de Trás-os-Montes para serem criados por uma tia paterna, Rita Emília (a “Rita” personagem de Amor de perdição).
As demais lembranças que Camilo guardou do seu pai vieram mais tarde, romanceadas nas histórias que a tia Rita contava nas longas noites transmontanas, Camilo recorda: