Camila Enviou Valores Ticos
Sabe-se que os sistemas e tecnologia da informação são fontes de novos problemas morais. Uma ética da informação diz respeito aos dilemas modais ou conflitos morais que surgem na interação entre os seres humanos e as tecnologias e sistemas de comunicação e de informação a fim de refletir e, sobretudo, disciplinar a criação, a organização e o uso das informações. A primeira questão que salta aos olhos é aquela que consiste em saber se uma sociedade da informação exige que se discuta a proposição de uma nova ética, ou se podemos lançar mão das instâncias axiológicas e deontológicas já existentes, apenas adequando-as aos novos desafios.
O fato é que não tem sido fácil encontrar respostas morais para os novos e vertiginosos desafios impostos pelos sistemas e tecnologias da informação. A privacidade da informação, a confidencialidade de dados, a segurança das informações, a prática do spam Ming, o controle da Internet por parte de governos em nome dos seus interesses políticos ou da “segurança nacional”, a exclusão digital, a desumanização do usuário em razão da impessoalidade ou despersonalização das práticas informacionais virtuais, a divulgação de informações que podem antecipadamente criminalizar um indivíduo suspeito de praticar um delito, são problemas éticos cujas soluções envolvem interdisciplinaridade e transdisciplinaridade em um solo comum de estabelecimento extremamente complexo. Pode-se perguntar, em segundo lugar, se um homem melhor informado é necessariamente um homem moralmente melhor. Ou então se uma sociedade melhor informada é, com efeito, uma sociedade mais justa, ainda que seja duvidoso que estejamos em condições de decidir sobre se é possível, e a que preço, optar entre nos lançarmos nesse mundo como um prometeu pós-moderno conduzindo célere o fogo do progresso, ou, a exemplo de Ulisses, resistirmos ao canto sedutor das sereias, ignorando o barulho torturante dos seus apelos. Ora, a tradição