Cameraman, a imposição da linguagem na construção de um gênero.
ESTUDOS DAS ARTES EM CONTEXTOS SOCIAIS
CURSO: GÊNERO E SEXUALIDADE NA CONSTRUÇÃO DE IMAGENS EM MOVIMENTO
DOCENTE: NINA TEDESCO
MESTRANDA: PRISCILA PIANTANIDA
Cameraman, a imposição da linguagem na construção de um gênero.
RESUMO
O presente artigo investiga o termo ‘cameraman’ e suas repercussões invasivas de linguagem na construção de um conceito. Nele, descrevo o surgimento e a trajetória do cinema no Brasil, e a partir de minha convivência com meu pai que foi um ‘cameraman’, recordo experiências e fatos vividos no decorrer de minha infância e juventude que contribuam aos debates feministas e `as reflexões sobre gênero. Como é tradição a escrita em primeira pessoa nos estudos feministas, esta produção textual possuí esse caráter.
Palavras chave: cameraman – gênero – conceito
INTRODUÇÃO
Foi meu pai um cameraman. Cresci ouvindo ele dizer isso uma ou duas vezes e assim propagava aos meus coleguinhas e colegas de turmas sobre o que meu pai fazia: “Meu pai é cameraman, ele trabalha com edição de imagens... é diretor de fotografia...” Ligeiramente orgulhosa, eu gostava de falar sobre isso, aparentava algo bacana, nada parecido com que os pais dos outros amigos faziam. Preciso mencionar também que meu pai é falecido fazem 4 meses, e há exatos 4 meses que ingressei para o mestrado na UFF em Estudos Contemporâneos das Artes. Decidi que dentre as matérias oferecidas no PPGAV, iria cursar: ´Gênero e Sexualidade na Construção de Imagens em Movimento´, ministrada pela professora doutora Nina Tedesco. Foi desafiante, pois já fazem muitos anos que não assisto televisão nem cinema, e me sinto bem cansada mentalmente e fisicamente da produção audiovisual oferecida; talvez este esgotamento sensível esteja mais relacionado com os aparatos, esses monitores retangulares, quadrados e afins. Porém, durante o curso me deparei com questões significativas como a capacidade de