Calvinismo
Samuel Falcão
A teoria calvinista de eleição para a salvação é apresentada com clareza em várias Confissões de Fé. A Confissão de Fé de Westminster apresenta-a nos seguintes termos:
“Segundo o seu eterno e imutável propósito e segundo o santo conselho e beneplácito da sua vontade, Deus, antes que o mundo fosse criado, escolheu em Cristo para a glória eterna os homens que são predestinados para a vida; para o louvor da sua gloriosa graça, Ele os escolheu de sua mera e livre graça e amor, e não por previsão de fé, ou de boas obras e perseverança nelas, ou de qualquer outra coisa na criatura que a isso o movesse, como condição ou causa. Assim como Deus destinou os eleitos para a glória, assim também, pelo eterno e mui livre propósito da sua vontade, preordenou todos os meios conducentes a esse fim; os que, portanto, são eleitos, achando-se caídos em Adão, são remidos por Cristo, são eficazmente chamados para a fé em Cristo pelo seu Espírito, que opera no tempo devido, são justificados, adotados, santificados e guardados pelo seu poder por meio da fé salvadora. Além dos eleitos não há nenhum outro que seja remido por Cristo, eficazmente chamado, justificado, adotado, santificado e salvo”.[1]
O Sínodo de Dort apresentou esta doutrina nos termos que se seguem:
“A eleição é o imutável propósito de Deus, pelo qual, antes da fundação do mundo, conforme o Seu generosíssimo beneplácito, e por mera graça Sua, de todo o gênero humano — caído, por sua própria culpa, de sua integridade original para o pecado e destruição — Ele escolheu em Cristo para a salvação um número fixo de determinadas pessoas, nem melhores nem mais dignas do que outras, mas jazendo na mesma miséria das demais. Por esse mesmo propósito Ele, desde toda a eternidade, designou a Cristo para ser Mediador, cabeça de todos os eleitos e fundamento da salvação. E assim decretou dar-lhos a Ele, para serem salvos, e por Sua Palavra e Espírito chamá-los