calculadora graficas
Não é possível atingir os objectivos e competências gerais de um programa moderno de Matemática de nível secundário sem recorrer à dimensão gráfica, e essa dimensão só é plenamente atingida quando os estudantes trabalham com uma grande quantidade e variedade de gráficos com apoio de tecnologia adequada (calculadoras gráficas e computadores). Não se trata obviamente de substituir o cálculo de papel e lápis pelo cálculo com apoio da tecnologia, mas sim combinar adequadamente os diferentes processos de cálculo, sem esquecer o cálculo mental, pelo que preconizamos alguns trabalhos sem recurso à calculadora (inclusivamente na avaliação).
Na expressão feliz de Miguel de Guzmán, os estudantes devem ser preparados para um “diálogo inteligente com as ferramentas que já existem”.
O uso de tecnologia facilita ainda uma participação activa do estudante na sua aprendizagem, como já era preconizado por Sebastião e Silva, quando escrevia no guia para a utilização do Compêndio de Matemática que “haveria muitíssimo a lucrar que o ensino fosse tanto quanto possível laboratorial, isto é, baseado no uso de computadores, existentes nas próprias escolas ou fora destas, em laboratórios de cálculo”.
Não é muito importante qual o tipo de tecnologia com que se trabalha, desde que se possam traçar gráficos de forma mais ou menos interactiva. Assim, no manual aparecem muitos exemplos, tarefas e exercícios onde se explora o uso da tecnologia para uma melhor aprendizagem da Matemática, sobretudo nos temas de funções e estatística. Os estudantes têm assim oportunidade de entender que aquilo que a calculadora apresenta no seu ecrã pode ser muito esclarecedor, mas pode também ser uma visão distorcida da realidade, ao mesmo tempo que confrontam o trabalho feito com a máquina com os conhecimentos teóricos que possuem. Não se deve esquecer que o trabalho teórico algébrico ganha em ser verificado com a máquina, podendo facilmente ser detectados eventuais erros cometidos.