Calamidades e Desastres
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Calamidades e Desastres Urbanos
Luis Mauricio Plotkowski
Roberto Freitas Vincent
Edson Gonçalves Junior
INTRODUÇÃO
U MA A BORDAGEM C ONCEITUAL
A maioria de casos em que o socorro médico pré-hospitalar é chamado a intervir envolve um pequeno número de vítimas, geralmente uma ou duas. São casos de acidentes de trânsito, agressões ou emergências clínicas. Entretanto, a modernização da sociedade, associada ao “progresso”, é responsável por um aumento de riscos de acidentes com grande número de feridos
(Fig. 45.1). Os novos meios de transporte, cada vez mais velozes e carregando grande número de passageiros, o aumento da agressividade da sociedade, movimentos de massa decorrentes de aglomerações, o aumento de indústrias poluentes ou de produtos tóxicos, assim como a grande quantidade desses produtos em circulação pelas estradas, tudo isso faz com que a possibilidade de desastres e catástrofes seja cada dia mais freqüente 1.
Conceitualmente catástrofes, desastres, calamidades são termos que definem situações distintas na literatura brasileira mas que, em se tratando de socorro médico de emergência, tra-
Fig. 45.1 — Acidente com ônibus escolar e ônibus de passageiros, Rio, 1997. Duas crianças mortas e 36 pessoas feridas, entre adultos e crianças.
duzem a idéia de atendimento emergencial a um grande número de vítimas. A escola americana prefere a denominação disasters, enquanto a francesa prefere catastrophes, para descrever estas situações. Com a finalidade de uniformização e de precisão, neste capítulo preferimos a denominação acidente com múltiplas vítimas
(AMV), ou urgência coletiva (UC), embora catástrofes, desastres sejam eventualmente usados com o mesmo sentido.
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A ÇÃO I NSTITUCIONAL
No Rio de Janeiro, a responsabilidade do atendimento a um AMV é do Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Rio de Janeiro
(CBMERJ), que, além