caixa preta
AUTOR: VILÉM FLUSSER
O Presente texto resumo de algumas conferências e aulas que foi pronunciado pelo autor na França e na Alemanha. A intenção que move este ensaio é contribuir para um diálogo filosófico sobre o aparelho em função do qual vive a atualidade, tomando como pretexto o tema fotografia.
Para Flusser, deve-se estudar e buscar entender as caixas pretas justamente por elas serem isso mesmo: caixas herméticas, em que se guardam segredos que a mente humana não decifrou ainda. A ignorância com relação a esses aparelhos, seja a máquina fotográfica, a televisão, o rádio, o computador ou o que mais se inventar nesse sentido, é o verdadeiro mal que prende o homem a esses objetos. Flusser então defende a importância desse estudo por ele ser a base para se criar um mundo em que os homens se vejam livres da dominação dos aparelhos.
O autor inicia seu texto definindo Aparelhos que segundo ele são produtos de da técnica que, por sua vez, é texto científico aplicado. Imagens técnicas são, portanto produtos indiretos de textos, o que lhes confere posição histórica e ontológica diferente das imagens tradicionais. Historicamente as imagens tradicionais precedem os textos, por milhares de anos, e as imagens técnicas sucedem aos textos altamente evoluídos.
As imagens técnicas são produzidas por aparelhos Como primeira delas foi inventada a fotografia. O aparelho fotográfico pode servir de modelo para todos os aparelhos característicos da atualidade e do futuro imediato. Analisá-lo é método eficaz para captar o essencial de todos os aparelhos, desde os gigantescos (como os administrativos) até os minúsculos (como os chips), que se instalam por toda parte. Pode-se perfeitamente supor que todos os traços aparelhisticos já estão prefigurados no aparelho fotográfico, aparentemente tão inócuo e primitivo.
O aparelho fotográfico é definido pelo autor como caixa preta. Um sistema complexo que talvez, nunca será totalmente penetrado. Os