Caio Felipe Silva Pereira
O DIP era liderado pelo jornalista Lourival Flores e seu campo de ação era bem mais vasto do que o de seu antecessor, assim como seu potencial de mergulho na essência da vida social. Sua capacidade de centralizar as ações, informações, as ingerências no âmago da sociedade e o poder de censurar a vida cultural brasileira daquele período lhe dotaram de uma autoridade sem igual.
Este órgão era estruturado na forma de departamentos de divulgação, radiodifusão, teatro, cinema, turismo e imprensa. Sua tarefa era ordenar, guiar e centralizar a publicidade local e exterior, censurar as esferas teatrais, cinematográficas, esportivas e recreativas, produzir eventos patrióticos, exposições, concertos, palestras e gerir o sistema de radiodifusão oficial do setor governamental. Diversos estados tinham ramificações ligadas ao DIP, conhecidas como ‘Deips’. Esta modalidade de organização permitia ao governo deter o monopólio da informação e o total controle da cultura nacional.
Quanto à mídia, a padronização do que seria divulgado era assegurada pela Agência Nacional. Para quebrar a estrutura das empresas privadas, o DIP espalhava as notícias sem nada cobrar da imprensa. Além disso, a Agência Nacional tinha a seu serviço uma vasta gama de profissionais bem qualificados e assim podia monopolizar sem nenhum esforço a difusão das notícias. O DIP era essencial para Getúlio Vargas que, ao chegar ao poder sem nenhum suporte partidário, precisava fortalecer sua imagem junto à massa. Portanto, o estadista precisava ter sob seu