Caetana diz não
Em sua obra, a autora é claramente influenciada pela Micro-História, principalmente, tendo como referência o historiador italiano Carlo Ginzburg. E é por esse viés que Sandra irá pautar o livro “Caetana Diz Não – História de mulheres da sociedade escravista brasileira”, publicado em 2005, pela Companhia das Letras. Graças à cultura jurídica brasileira, os historiadores possuem uma rica fonte de pesquisa sobre o período colonial e imperial, e é partir da análise desses documentos que Sandra Graham irá escrever essa obra sobre relações de gênero, tendo como close o funcionamento da escravidão e de duas famílias: uma escrava e outra de pessoas livres. O livro é dividido em duas histórias: a primeira delas é a de Caetana e seu patriarcado perturbado...
O cenário que ocorreu a história de Caetana é no Vale do Paraíba, durante os anos da década de 1830 até meados de 1860. Sendo que a autora faz o resgate desta história através de uma petição eclesiástica de anulação de casamento que foi encontrado em nos arquivos das cidades de Paraibuna e Vassouras.
Em seu primeiro capitulo intitulado O patriarcado perturbado a autora descreve como fora o casamento da escrava Caetana que naquela época era um privilegio, pois não eram todos que se casavam, alem dos custos exigia o interesse do senhor, no entanto Caetana com 17 anos fora casada contra a sua vontade com Custódio com mais de vinte anos.
O seu senhor Luís Mariano de Tolosa decidiu casa-la, sem consultá-la apenas lhe disse simplesmente que iria casar, mas Caetana se recusa porém acaba obedecendo ao seu senhor por medo das ameaças de Tolosa.
Caetana mesmo estando casada com Custódio ela recusa seu marido. Dessa vez, sua determinação atraiu a ira de outro homem com visível autoridade sobre sua