caeiro
Alberto Caeiro é uma pessoa que só se importa em ver de forma objetiva e natural a realidade das coisas, “único sentido das coisas/ é elas não terem sentido oculto nenhum”. Caeiro é o poeta da natureza, Caeiro vive de sensações, sente sem pensar, sendo um poeta do real como já referi e não foge para o sonho.
Caeiro foi o mestre de Pessoa e dos outros heterónimos (Ricardo Reis e Álvaro de Campos), onde dá especial importância ao acto de ver, aquilo que vê, sente, ele considera que pensar obstrui a visão, é uma pessoa que não pensa no futuro e por isso não sofre desilusões. Para o poeta, ver é conhecer e compreender o mundo, por isso, ele pensa vendo e ouvindo.
Existe uma recusa do pensamento metafísico, afirmando que “pensar é não compreender”. Ao anular o pensamento metafísico e apenas centrar-se na visão total perante o mundo, este, elimina a dor de pensar que afetava Pessoa, daí Caeiro dizer: “pensar é estar doente dos olhos”.
Caeiro ao observar o mundo, personifica o sonho da reconciliação com o universo, com a harmonia pagã e primitiva da Natureza, este duvida da existência de uma alma no ser humano, Caeiro é um sensacionista a quem só lhe interessa o que ele consegue captar pelas sensações e a quem o sentido das coisas é reduzido à perceção da cor, e da forma. É o poeta da Natureza e do olhar, o poeta da simplicidade completa, da objetividade das sensações e da realidade imediata, negando mesmo o pensamento.
Para Caeiro o mundo é sempre diferente, sempre múltiplo; por isso, aproveita cada momento da vida e cada sensação na sua originalidade e simplicidade. Caeiro acaba por fazer da poesia da natureza, uma poesia das sensações, dos sentidos puros e simples.