Byzance médiévale autour du l’iconoclasme

“A TRETA FRANCOBIZANTINA”
BYZANCE MÉDIÉVALE
AUTOUR DU L’ICONOCLASME
700 - environ 900 d.C

O capítulo chamado “Ao redor da iconoclastia”, pertencente ao livro “Bizâncio Medieval”, aborda as questões que tangiam pontos chaves na organização social, política, cultural e religiosa da civilização bizantina dos séculos VIII - X d.C.
Inicialmente, os autores ressaltam ser essencial não reduzir a querela iconoclasta a uma simples cadeia de debates teológicos ─ sem sentido ou de consequências desproporcionais, do ponto de vista do laicismo contemporâneo ─ uma vez que essa afirmação poderia levar a um grave anacronismo, além da necessidade essencial por parte dos historiadores de evitar projetar a querela iconoclasta numa oposição binária de “Igreja contra Estado”. Ainda dentro do campo dos anacronismos, discute-se a criação de um modelo interpretativo analisando a rivalidade entre os partidários das imagens e os iconoclastas como uma luta entre os civilizados cristãos humanistas perante bárbaros despóticos e orientais, respectivamente.
Na sociedade da qual faz parte o historiador contemporâneo, a teologia é um campo bem definido que, pelo menos em teoria, mantêm-se afastado da política. Mas em Constantinopla, aproximadamente entre os anos 700 e 900 d.C., teologia e religião eram não apenas o cerne da cultura bizantina, mas também ideologias essenciais na própria visão e entendimento de mundo pelos bizantinos, ou seja, questões que definem a própria identidade bizantina e vinculando-se, inevitavelmente, ao poder e exercício de autoridade desta civilização. Isto é, o que para os historiadores pode parecer uma simples querela teológica é, na verdade, bem mais complexa uma vez que essa querela colocou em cheque a própria identidade cultural bizantina e suas concepções de mundo. Compreender melhor a importância dos debates internos acerca da iconoclastia e representações religiosas e artísticas do sagrado em seu contexto histórico não é apenas compreender como os