Burke: a continuidade contra a ruptura
Título da obra: “Os clássicos da política – volume 2”
Autor (datas): Org. por Francisco C. Weffort – 10ª edição, 4ª impressão, 2001
Unidade(s) de leitura: “Burke: a continuidade contra a ruptura” – Maria D’Alva Gil Kinzo
Tema discutido: O tema discutido na unidade de leitura “Burke: a continuidade contra a ruptura” é a ideia conservadora, organizada num pensamento bastante assistemático, do fundador do conservadorismo moderno: Edmund Burke. Conhecer as suas ideias ajuda-nos a entender os fundamentos em que está baseada a crítica conservadora à concepção dialética da história, à teoria da revolução, ao radicalismo político. Porém, Burke também foi um crítico vigoroso do governo autocrático (camarilha do rei Jorge III) e do imperialismo britânico em sua forma vigente na América, Irlanda e Índia no século XVIII, além de defender assuntos como tolerância religiosa, economia de mercado e os princípios liberais da Revolução Whig de 1688. Portanto, o autor pode ser considerado um liberal conservador, um constitucionalista liberal que, com suas discussões sobre concepção de representação política, partidos e governo partidário, transmite os conhecimentos e características de um regime parlamentar, do qual fazia parte.
Ideias centrais:
• Atuante membro do Parlamento, Burke defendia as liberdades e o constitucionalismo inglês, mas era estritamente contrário a três eventos históricos, nos quais esteve presente:
1) Ascensão de Jorge III ao trono da Inglaterra: apesar da derrocada da monarquia absolutista há um século, instaurando a monarquia parlamentar, Jorge tentava assegurar um papel mais ativo para a Coroa através de ações deliberadas pelo poder efetivo, em detrimento do Parlamento Burke defendia o regime parlamentar e a ordem constitucional inglesa, demonstrando que as ações do rei, como a prática do critério pessoal na escolha dos ministros, chocavam-se com a Constituição (a escolha dos membros do ministério deveria ser