BULLING
Quando a escola vira um inferno
A escola é um lugar seguro e saudável onde colocamos nossas crianças para estudar, crescer e se desenvolver como cidadãs. Na teoria. Porque, na prática, a história é bem diferente…
Uma pesquisa divulgada pela organização não-governamental Internacional Plan, que atua em 66 países em defesa dos direitos da infância, apontou que 70% dos 12 mil estudantes brasileiros disseram ter sido vítimas de violência escolar. Outros 84% desse total apontaram suas escolas como violentas.
E esse não é um fenômeno nacional. A pesquisa mostra que mais de um milhão de crianças em todo o mundo sofrem algum tipo de violência dentro da escola, desde castigos corporais até o bullying, um fenômeno caracterizado por atos intencionais de violência física e psicológica cometidos de forma frequente e repetida por um ou mais estudantes contra um outro, e que causa dor e humilhação a quem sofre.
Brincadeira violenta
“O bullying sempre existiu, não é um comportamento novo. Mas, nesta crise de valores em que vivemos, diminuiu o respeito pelo outro. Existe o bullying em todos os ambientes, não apenas na escola”, afirma Patrícia Lins e Silva, educadora que estuda o tema há vários anos.
Para ela, a família tem uma enorme responsabilidade pelos comportamentos dos filhos: “Faz parte da educação ensinar os filhos a serem solidários, a respeitarem o outro. O bullying não é ‘brincadeira de criança’. É uma atitude arrogante que pode permanecer por toda a vida”.
As consequências são graves, não só para as vítimas como para quem pratica o bullying. Segundo o estudo da International Plan, quem sofre os ataques perde o interesse pelo estudo e teme ir para a escola. Essas vítimas podem ter cinco vezes mais chances de sofrer de depressão e, em casos mais graves, correm mais risco de usar drogas e até de se matarem.
Já quem pratica o bullying geralmente é um líder na turma que gosta de colocar apelidos e humilhar os mais fracos. Ele também deve receber atenção