Bruno Máriston
Aluno: Bruno Máriston Passos Barreto
Professora: Simone Bueno Borges da Silva Não existiria situação melhor para começar a escrever uma autobiografia literária do que nesta madrugada, logicamente, neste momento não consigo ter domínio completo da maioria das minhas funções cognitivas, mas um poeta depende muito mais de sua alma do que do seu cérebro. Esta madrugada é importante, pois não tenho muitas destas por ano, a maior parte da vida vivo como um filho da humanidade moderna, entretanto, as vezes a lírica explode em minha alma e toma meu corpo, num lugar que é seu de direito. Aos dois anos, aprendi o que era lápis, no começo achei que eles só serviam para desenhar nos papeis e nas paredes da casa, mas com o passar dos anos comecei a entender que tratava-se de um instrumento multifuncional e que cumpria muito bem a função de instrumento de tortura. Era terrível ficar todos os intervalos e após as aulas copiando os exercícios, enquanto todos os colegas brincavam. Lembro que determinada vez, tive minha matricula, em um medíocre colégio de bairro, cancelada, por conta de uma suposta incapacidade em acompanhar o ritmo de uma classe primária. Os problemas continuaram, minha falta de atenção e de habilidade em me posicionar em cadeiras de destros, eram, frequentemente, mal interpretadas por alguns professores primários incapacitados e ignorantes para lidar com um aluno desatencioso e canhoto. Minha vida mudou completamente quando na 6ª série do ensino fundamental, fui estudar no C. P. M. . Meu primeiro semestre foi maravilhoso, consegui notas espetaculares para um novato, num ambiente que no momento, era o melhor colégio público de Salvador. Mas como eu nunca tinha estudado em um grande colégio, não sabia lidar com regras e odiava estar na escola, não demorei muito para me perder. Na 6º série, mesmo após um segundo semestre pífio, notas ridículas e oito provas finais, consegui me livrar da reprovação. A 7ª séria foi um