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Breno Bringel
Durante o ano de 2008, multiplicaram-se, em todo o mundo, as reflexões sobre as lutas estudantis motivadas pelo 40º aniversário do Maio de 1968. No caso brasileiro, a questão mais paradigmática não foi tanto a discussão das lutas da década de 1960, mas sua “atualização” no contexto nacional, tendo como base possíveis rupturas que as lutas recentes dos estudantes universitários brasileiros, com vários protestos e ocupações entre 2007 e 2008, podem provocar no cenário dos movimentos estudantis no Brasil. Uma das hipóteses centrais propostas neste artigo é que esses movimentos se manifestam de acordo com dinâmicas cíclicas, e pela retroalimentação com outros movimentos sociais. Para observar essa dinâmica de continuidade e ruptura propõem-se alguns elementos para uma abordagem teórico-metodológica que interprete os movimentos estudantis como um movimento social sui generis. Realizase também uma análise cíclica das ações coletivas estudantis no Brasil e se avaliam, em perspectiva histórica e comparada com as dinâmicas de outros movimentos sociais, as principais características das lutas dos movimentos estudantis contemporâneos no País.
Palavras-chave: Movimentos sociais. Estudantes. Ocupações.
Protestos. Universidade.
EccoS – Rev. Cient., São Paulo, v. 11, n. 1, p. 97-121, jan./jun. 2009.
Pesquisador do Departamento de Ciência Política III e do
Grupo de Estudos Contemporâneos da América Latina
– Universidad Complutense de
Madri.
Madri [Espanha] brenobringel@hotmail.com A r t i g o s
1 Algumas das ideias apresentadas neste artigo foram discutidas em dois congressos internacionais: o XV Congresso Internacional de Latinoamericanistas da Europa (Leiden, Holanda, agosto de 2008) e a Conferência Internacional
“Globalização, Educação e Cidadania” (João Pessoa, Brasil, fevereiro de 2008).
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