Brincadeiras Africanas
Nestes termos, falar de ludicidade africana e afro-brasileira é remeter a vivência lúdica alimentada pelos conteúdos, valores, histórias, ritmos, enfim, pela cultura negra, em suas mais diferentes manifestações. Sejam os fragmentos de cultura dos antigos povos africanos, como seus mancalas e o senet, sejam as expressões musicais contemporâneas, como o Hip Hop, que para Ferreira (2004), representa processos criativos de ressignificação da diáspora. Sejam as alegrias dos dançantes da roda de jongo, no Rio de Janeiro, sejam os giros e batuques do Samba de Cassete em Cametá, na Amazônia paraense. Tudo isso compõe o rico e vasto campo do que podemos denominar de ludicidade africana e afro-brasileira.Assim, não é possível delimitar a ludicidade negra a um conjunto fechado de brinquedos, folguedos e brincadeiras. Em verdade, nem é possível falar de uma ludicidade exclusivamente africana ou afro-brasileira, em virtude dos processos de trocas e misturas culturais, muitas vezes violentos, impostos pela colonização da África e pela lógica da diáspora.
Mesmo neste contexto de difícil precisão histórica, a ludicidade africana e afro-brasileira se afirma como um elemento importante aos estudos culturais porque evidencia a capacidade de resistência, de criação e de recriação dos negros, no Brasil e no mundo. Capacidade de no contexto perverso da escravidão, da colonização, da diáspora, da miséria e da violência fazer nascer