Braudel
* No coração da economia-mundo, encontramos a superestrutura capitalista: os esplendores da riqueza, os preços e os salários elevados, a banca, as indústrias lucrativas, o ponto de partida e o ponto de chegada dos tráficos de longa distância, as agriculturas capitalistas, as técnicas de ponta e a ciência fundamental. Nos países intermédios, êmulos e concorrentes do centro, as indústrias são tradicionais, as trocas e as finanças são imperfeitas e incompletas e as agriculturas não são plenamente capitalistas. Nas regiões marginais, “a vida dos homens faz lembrar frequentemente o Purgatório ou o Inferno” (BRAUDEL): com efeito, enquanto na Europa ocidental dos séculos XV-XVIII o capitalismo estava em gestação, a Europa oriental presenciava a “segunda servidão”, e a América era palco da reinvenção da escravidão. * O espaço habitado do planeta é partilhado por economias-mundo coexistentes. Por exemplo, em 1500, temos a Europa, a Índia, a Insulíndia, a China, entre outras. A