Brasil x china
Este texto faz um sumário das características dos sistemas e políticas de ciência, tecnologia e inovação (CT&I) da China e do Brasil, buscando salientar diferenças que expliquem a melhor performance chinesa recente e indicar aspectos que poderiam servir de referência ou de debate para as opções brasileiras de políticas de inovação.
Evidentemente, como acontece com vários fenômenos da sociedade e da economia chinesa, comparações pontuais nem sempre são o melhor indicador do que acontece naquele país. Para além dos surpreendentes números absolutos que a China tem revelado, é inconteste que a velocidade da mudança é um dos aspectos que mais desperta curiosidade, admiração e medo em todo o mundo. Isso também é verdade para os indicares aqui reproduzidos, que poderiam ser sintetizados num único dado: desde 1.999, os investimentos chineses em pesquisa e desenvolvimento (P&D) crescem em média 20% por ano.
O quadro descrito a seguir está fundamentado na publicação “A Transformação da China em Economia Orientada à Inovação”, publicada pelo IEDI, onde se faz um exaustivo exame das políticas recentes de inovação na China. Em complemento àquela publicação, busca-se aqui compreender aspectos da economia e das políticas chinesas que sirvam de contraponto com a situação brasileira, no que diz respeito às diretrizes para inovação e ao ambiente econômico em que se funda a trajetória da China.
China e Brasil: as velocidades de mudanças dos sistemas de inovação
Tanto a China, quanto o Brasil, tem buscado adaptar suas políticas de CT&I ao novo contexto da economia mundial e aos chamados desafios da sociedade do conhecimento. Os documentos oficiais deixam claro uma crescente ênfase na inovação, a busca de apoio às empresas como protagonistas principais dos sistemas de inovação, a introdução de políticas de estímulo ao esforço tecnológico empresarial, uma indução à maior cooperação entre universidades e empresas, etc. Mas é preciso,