Brasil na The Economist

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Confiamos no piloto automático
Quem poderia imaginar que o Brasil, o país de um futuro que nunca chega, o gigante deitado eternamente em berço esplêndido, poderia alcançar a capa da mais importante revista de economia do mundo com a manchete “Brazil takes off”. Desacreditado por seu passado político-financeiro, o Brasil simplesmente não chamava a atenção dos investidores internacionais. Isto até que, em 2008, uma forte crise abalou as principais economias do mundo, mantendo o Brasil intacto.
O gigante havia acordado! Finalmente, uma série de conquistas e acertos financeiros promovidos pelos governos Fernando Henrique e Lula colocavam o país em posição de destaque. A popularidade do presidente Lula disparou, o país foi escolhido para sediar grandes eventos internacionais como a Copa do Mundo e as Olimpíadas, novas reservas de petróleo foram descobertas no pré-sal e investimentos de empresários como Eike Batista ganharam fama. Atingimos 7,5% de crescimento no ano de 2010, crescendo assim o Brasil ameaçava ultrapassar economicamente em poucos anos países como França e Inglaterra.
Era a decolagem perfeita, esperada pelos brasileiros desde o milagre econômico da década de 70. Bastava manter o curso, acionar o piloto automático, apertar os cintos e curtir a viagem!
Mas algo falhou. Em se tratando de economia, não existe piloto automático. Ajustes de velocidade e trajetória deveriam ser realizados. Passávamos por um momento único, de voo estável, sem grandes turbulências, propício à realização de ajustes e reformas. Mas nada foi feito.
O Brasil apresentava elevados custos para fazer negócios, demonstrou protecionismo na exploração do petróleo e entrou em uma verdadeira crise política. A estabilidade da decolagem já não existia, e até mesmo manifestações populares provocavam grandes turbulências em nosso país.
Quatro anos se passaram e nosso país volta a ser capa da revista The Economist: “Has Brazil blown it?”. Não é possível dizer que o Brasil tenha estragado

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