Brasil imperio

BRASIL IMPÉRIO
Profa Cássia Maria Baddini

REIS, João José; SILVA, Eduardo. Negociação e conflito: a resistência negra no Brasil escravista. São Paulo: Companhia das Letras, 1989, p. 79-122.

Conflitos políticos na Bahia (independência e período regencial): carregam componente cultural/étnico, além do fator econômico. Fundamento desses conflitos: embate entre portugueses e brasileiros. Problematização: qual o lugar e a participação dos “brasileiros” nesses conflitos, dado que formavam um grupo heterogêneo (elite, crioulos escravos ou libertos) e qual o lugar de africanos (escravos ou libertos)?

Sociedade baiana: especificidade
- Predomínio de africanos (escravos ou libertos)- cerca de 33% da população - considerados, quase sempre, mais perigosos. Religiosidade e etnia como fatores de socialização e identidade, canalizados nas lutas políticas (combatem mais como grupo étnico do que como classe social). Questão da escravidão implicada nessas lutas, relativamente à condição particular das relações sociais (ex.: Revolta dos Malês – religião, etnia e classe implicadas nas reivindicações dos rebeldes).
- Crioulos (negros nascidos no Brasil) mais próximos da elite branca (paternalismo presente); afastamento das reivindicações sociais de outros grupos cativos ou libertos.
- Elite branca heterogênea, que teme revolta popular (presença de brasileiros e de portugueses).
- Religião, classe e etnia: fatores entrelaçados nas revoltas de escravos na Bahia.

Escravismo: elemento-chave para se compreender o comportamento classista dos negros na Bahia do século XIX.

Hipótese avaliada pelos autores: existência de um “partido negro” na Bahia durante o XIX, que teria pressionado a elite local e encontrado, apesar da heterogeneidade entre negros e mulatos, oportunidades de amalgamar seus interesses comuns, arriscando o domínio político da elite branca.
Guerra de Independência na Bahia e Revolta dos Malês: conflitos privilegiados para observar essa questão, pois revelam