Brasil colônia nas vilas de minas gerais
Laura de Mello e Souza
Ao longo do século XVIII, aconteceram fatos que acarretariam em transformações estruturais tais como: o fim da Guerra dos Emboabas; a preocupação por parte da Coroa no sentido de estabelecer sua autoridade na zona mineradora (movimento urbanizador); o apogeu aurífero e a sua decadência subseqüente (esta última caracterizada pelo fim dos impostos de captação e na isenção de penhora para grandes senhores) e por fim, o descontentamento dos colonos frente à situação política e econômica que foi expressa através da Inconfidência Mineira.
A festividade religiosa de transladação do Santíssimo Sacramento (1733) assim como os preparativos que a antecederam, retratam muito bem o período de apogeu por qual Vila Rica passava. A descoberta de diamantes na região e o estabelecimento da capitação pelo Fisco só fizeram ratificar esse apogeu. No início do século XVIII, a até então inquieta sociedade mineradora se acomodara e as festas e procissões religiosas eram o grande acontecimento social da localidade, celebrando mais o êxito da zona mineradora do que a fé e a espiritualidade.
A Festa do Áureo Trono Episcopal (1748) que celebra a criação do Bispado de Mariana mostrou o crescimento da sociedade mineradora, bem como de suas vilas e o começo da escassez do ouro, sendo ela considerada como um marco entre o apogeu e a decadência (lenta) do período aurífero.
Sendo assim, as duas festas barrocas serviriam para periodizar o período áureo das Minas. As festas também procuravam enfocar a falsa idéia de que a sociedade mineradora era igualitária, onde se cria um espaço comum de riqueza (cada vez mais escassa, mas que ainda aparecia como pródiga) – riqueza que é de poucos, mas que o espetáculo luxuoso procura apresentar como sendo de muitos. O barroco se utiliza da ilusão e do paradoxo: “o luxo era ostentação pura, o fausto era falso, a riqueza começava a ser pobreza e o apogeu decadência.”.
Na primeira metade do século XVIII, a