Boa tarde !
Saúde é matéria de escola?
Geisa Nascimento1
Cecília Fernandes2
O que a escola tem para ensinar?
Ensinar as cegueiras do conhecimento:
Dar a oportunidade de aprender sobre a ilusão e os ‘erros da mente’;
Ensinar os princípios do conhecimento pertinente:
Ensinar a interpretar o contexto e a resolver problemas;
Ensinar a condição humana:
Ensinar que o ser humano é ao mesmo tempo físico biológico, psíquico, cultural, social e histórico;
Ensinar a identidade terrena e a história da terra: para que se compreenda desde idades tenras que o destino do homem está intimamente ligado ao destino da terra e da natureza (Edgar Morin, 2002).
Para a pergunta “Saúde é matéria de escola?” ser uma possibilidade de reflexão, precisamos retomar alguns conceitos, esclarecendo o que consideramos por saúde e escola. Segundo a Política Nacional de Promoção da Saúde (1), atualmente estamos construindo um modelo de atenção à saúde que prioriza ações de melhoria na qualidade de vida. Percebemos a saúde como um bem-estar que não está associado somente à ausência de doenças. Esse entendimento de saúde valoriza o sujeito como protagonista de suas ações, como agente transformador, sendo observados e contextualizados seus problemas e necessidades, mas não como o único responsável por seu processo saúde-adoecimento ao longo da vida. Existe, assim, uma perspectiva de abordar a temática saúde sem a lógica individualizante e fragmentada.
Com a discussão atual sobre a saúde e seus determinantes sociais, torna-se presente a necessidade de olharmos ao redor e avaliarmos o ambiente em que vivemos. Os determinantes sociais (pobreza, violência estrutural, diminuição da capacidade de suporte familiar) sobre a educação, a saúde, o bem-estar e a inclusão de alunos e professores são tão presentes que, para mudar essa realidade, é imprescindível abrirmos um processo intenso de participação na escola e na comunidade (MERESMAN et