Boa convivência familiar
Vivemos um período de grande violência urbana, onde cada vez mais as pessoas se voltam para as suas casas e para a convivência familiar. Ao contrário dos anos 70, quando toda a vida saía do núcleo familiar para a sociedade, para a independência da família, desde meados dos anos 90 as pessoas voltam para as suas casas, restringidos pela violência ou, em uma análise mais profunda, na busca de um "ninho".
Então contestamos: na minha família, com tantos problemas que temos, é inconcebível que seja considerada um "ninho". Para contrapor esta afirmação, basta pensarmos quantas vezes discutimos com os nossos pais, com os nossos irmãos, com os nossos filhos e depois de algumas horas, de alguns dias, passa a raiva e o amor incondicional que aí existe volta a florescer. Isto não quer dizer que não encontremos defeitos nos outros. O problema, o que torna difícil qualquer convivência é quando só encontramos falhas no outro e esquecemos de olhar para nós mesmos, de enxergarmos os nossos próprios defeitos para nos trabalharmos e sermos cada dia melhores, mais virtuosos.
Nesta convivência temos dois aspectos: primeiro as pessoas esqueceram o que é uma família; o papel de mãe, o papel de pai e o papel de filho. A idéia de direitos iguais trouxe uma convivência entre iguais, e numa convivência entre iguais falta o exemplo, falta o limite, falta a hierarquia dos papéis, necessários não só na família, mas em todos os aspectos sociais. Por exemplo,
· mães excessivamente "abertas" deixam de transmitir a sensação de cuidado e aconchego;
· pais que possibilitam a compra de todo o objeto desejado para alegrar o filho, depositam na aquisição o poder da felicidade, e impedem a vivência da frustração, tão comum a nossa vida;
· filhos que não percebem o limite e a presença dos pais, sentem-se sem a segurança do lar e se "adultificam" para tomar o papel de pai ou de mãe. Com freqüência, estes serão os filhos que chamamos