Blog do J.V.
A situação do Hospital Geral de Eunápolis não é gatinha, não. Que o sistema de saúde de Eunápolis não apresenta condições de gerir de forma satisfatória o hospital é fato que pode ser facilmente constatado.
Inaugurado no fim dos anos 70 por ACM, mas iniciado no governo de Roberto Santos, o HGE foi transferido para a gestão municipal através de uma manobra do governo megalomaníaco de Paulo Dapé. Quem trouxe o problema para o nosso quintal foi o ‘homem da saúde’.
Mas, independente dos devaneios administrativos dos nossos prefeitos, o problema é que o poder público municipal é absolutamente incapaz de administrar uma unidade médico-hospitalar que atende (ou deveria atender) pacientes de mais de 10 cidades e ainda os pacientes poli-traumatizados das ocorrências registradas em um raio de mais de 100 quilômetros das BRs 101 e 367, na área de influência de Eunápolis.
E se tudo isso é pouco, acrescente a incontrolável vocação que alguns dirigentes têm para desviar recursos que deveriam ser aplicados exclusivamente na saúde pública. Os recursos já não são suficientes e o quadro se agrava quando parte deles escorre pelas veias da corrupção.
A histórica incompetência de gestão e a ingerência política, que resultam na falta de médicos, medicamentos e no sucateamento da estrutura, atinge principalmente o cidadão mais humilde, aquele que não dispõe de planos de saúde e depende do SUS. “Quem paga o pato” é justamente quem não pode pagar a conta de um bom atendimento, e ainda que seja de forma compulsória é obrigado a financiar um sistema que não funciona quando mais se precisa dele.
E são esses cidadãos que estão recebendo um tratamento desumano, ineficiente e que não raro ceifa vidas, que pagam os salários e a estrutura, ainda que precária, daquela unidade. E eu gostaria, imensamente, de estar equivocada. Quantos recém-nascidos estão morrendo justamente pela falta de UTI-NEONATAL. São vidas que poderiam ser