BLOCOS ECON MICOS
Na última década, o fenômeno da globalização, seja ele real ou ilusório – captou a imaginação popular. Numa época de mudanças globais profundas e inquietantes, na qual as ideologias tradicionais e as teorias grandiosas parecem ter pouco a oferecer ao mundo, a ideia de globalização adquiriu a aura de um novo paradigma. Embora as referências da mídia a globalização tenham-se tornado comum nas duas últimas décadas, o conceito em si remonta a um período muito anterior. Sua origem está no trabalho de muitos intelectuais do século XIX e início do século XX, desde sociólogos com Saint- Simon, até estudiosos de geopolítica com Mckinder, que reconheceram que a modernidade estava integrando o mundo.
Mas foi somente nos anos 60 e início de 70 que o termo “globalização” passou a ser efetivamente usado. Depois do colapso do socialismo de Estado, e da consolidação mundial do capitalismo, a discussão acadêmica e popular da globalização teve uma intensificação drástica.
Não existe uma definição única e universalmente aceita para a globalização. Como acontece com todos os conceitos nucleares das ciências sociais, sem sentido exato é contestável. A globalização é concebida como ação à distância(quando os atos dos agentes sociais de um lugar podem ter consequências significativas para terceiros distantes), como compreensão espaço temporal (numa referência ao modo como a comunicação eletrônica instantânea vem desgastando as limitações de distância e do tempo nas organizações e nas interações sociais, (sendo este um entrelaçamento de economias e sociedades, de tal modo que acontecimentos de um país tem um impacto direto em outros), como se fosse uma espécie de rompimento de fronteiras.
A globalização tem um poder material na medida que se mantém fluxos de comércio, capital e pessoas. Temos como referência, padrões de interligação mundial. Mas esse conceito denota muito mais do que a ampliação de relações, atravessando regiões e fronteiras. Isso traz consequências