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Não é, obviamente, um tema fácil, leve, agradável – muito ao contrário.
Seria absolutamente impossível fazer um filme leve sobre doentes terminais, sobre eutanásia, e, mais que eutanásia, o suicídio assistido.
O veterano diretor Barry Levinson, com base no roteiro de um escritor sem grande experiência, Adam Mazer, conseguiu, no entanto, fazer um filme sério, pesado, que passa longe da morbidez, do profundo baixo astral. É uma proeza, um feito considerável.
Teve, é verdade, a ajuda do próprio personagem retratado. Além de extremamente corajoso, ousado, batalhador, Jack Kevorkian (1928-2011) foi um homem fascinantemente inteligente, culto, brilhante, que conseguia manter até mesmo um certo humor.
Al Pacino em momento glorioso, uma atuação belíssima
E Levinson pôde contar com um Al Pacino – sempre um grande ator, mesmo nos filmes em que não esforça muito – em momento especialmente glorioso. Pacino parece ter se empenhado com especial afinco em recriar a figura do Doutor Morte, como Kevorkian foi chamado pela imprensa americana. Sua interpretação é daquelas extraordinárias, excepcionais, marcantes, fulgurantes. Algo assim do nível de um Colin Firth como o rei George VI, o rei gago, em O Discurso do Rei, de uma Helen Mirren como a rainha Elizabeth II em A Rainha, de uma Marion Cotillard como Edith Piaf em Piaf – Um Hino ao Amor, para lembrar de interpretações memoráveis de grandes atores recriando personagens reais.
Pacino parece se sentir à vontade ao interpretar personagens de gestos largos, de fala solta, verborrágicos, chegados a um espalhafato. E, aparentemente, Jack