bioquimica
A eletroforese consiste na migração de moléculas ionizadas, de acordo com suas cargas elétricas e pesos moleculares em campo elétrico (Figura 1). Moléculas com carga negativa migram para o pólo positivo (ânodo) e moléculas com carga positiva migram para o pólo negativo (cátodo). A carga líquida das moléculas é função somatória dos aminoácidos que as constituem. Em razão das proteínas serem substâncias anfóteras, ou seja, capazes de adquirirem carga positiva ou negativa em função do pH, é indispensável manter constante o pH do meio durante a eletroforese, pelo uso de soluções-tampão.
O sistema-tampão usado consiste em duas partes: o tampão do gel usado na preparação do gel e o tampão do tanque, ou cuba eletrolítica, na qual se encontram os eletrodos (ânodo e cátodo). Nos tampões dos tanques e do gel, a corrente elétrica é conduzida por íons, e nos eletrodos, por elétrons. Na presença de um sistema-tampão adequado, a hidrólise da água, que se dá na superfície dos eletrodos, permite a troca entre elétrons e íons.
A eletroforese pode ser conduzida em solução com gradiente de densidade ou em diferentes meios-suporte, tais como papel de filtro, sílica gel, membranas de acetato de celulose, gel de agarose, amido ou poliacrilamida, entre outros. O suporte deve ser química e fisicamente inerte, de modo a não interferir na mobilidade das moléculas. No caso de eletroforese em géis, especialmente de poliacrilamida, a migração das moléculas é profundamente influenciada pelas malhas (poros) do gel.
Em relação a géis de poliacrilamida ou agarose, a porosidade do gel determina o poder de resolução das bandas, sendo este geralmente decorrente do grau de polimerização entre os monômeros. Géis de poliacrilamida são freqüentemente usados para análises de alta resolução (seqüenciamento de DNA/RNA) em análises protéicas e isoenzimáticas que requeiram maior definição das bandas. Géis de agarose também são amplamente usados na separação