Biomoleculas
Ricardo Vieira
Professor de Bioquímica – Universidade Federal do Pará
E‐mail: jrvieira@ufpa.br ma das questões mais antigas da ciência é como as células funcio‐ nam?; como, dentre tantas alterna‐ tivas metabólicas, elas “escolhem” uma como principal?; por que a célula “prefere” sintetizar uma molécula em de‐ trimento de outra?; por que células de um único organismo possuem metabolismo tão distinto?
Questões como essas são fundamentais para orientar os estudos destinados a desvendar os mistérios do metabolismo celular, apesar de demonstrar um antropocentrismo típico em “hu‐ manizar” as “preferências” por esta ou aquela via por ser a “melhor”, a que trás “mais vantagens”.
É lógico que a célula não tem como “esco‐ lher” o que vai fazer baseada em “preferências” ou em “desejos”. Ao contrário, a célula não tem escolhas! As leis básicas da química e termodinâ‐ mica dão o ritmo às suas atividades metabólicas e a vida passa a ser um equilíbrio dinâmico das reações metabólicas que garantem sua persistência em um ambiente geralmente hostil e que permite a vida desde que sejam cumpridas regras quími‐ cas universais.
Após séculos de desenvolvimento científi‐ co, pode‐se concluir com segurança que os fenô‐ menos bioquímicos são regidos pelas mesmas regras que regem todas as reações químicas. Não há evidências de uma força externa ao ambiente celular que “conduza” a vida em um sentido es‐ pecífico que não àquele que rege qualquer outra molécula e isto é válido para todos os seres vivos, sem “privilégios” para nenhum em especial.
Paradoxalmente, a “persistência” da vida em ir contra as leis da termodinâmica que de‐ monstram que o caos rege o espontâneo, as células
“insistem” em sintetizar