Biomedicina

A interrelação entre sistema médico e cultura:
Os Guaranis (denominação que significa Guerreiros) e os quilombolas, mesmo depois de muitos anos de contato com os brancos, conseguiram preservar importantes aspectos de sua cultura, sendo um deles a medicina. Dentro de suas identidades culturais, esses grupos carregam consigo um forte aliado para a cura de enfermidades. Para estes índios, todas as doenças graves tem origem tanto espiritual, quanto material, etnicamente o grupo crer na dualidade da alma. O sistema médico guarani tem como elemento central a ação do Pajé ou Xamã (principal responsável pelos processos de cura), eles procuram sanar os adoecimentos (sintomas e efeitos), através das ervas medicinais, como por exemplo, o "remédio do mato", preparado principalmente em forma de chá á partir de ervas e raízes, servidos em garrafas de vidro ou pequenas "cuias", similares ás de chimarrão, e consumido em pequenas doses diárias. A fronteira entre medicina e religião não é bem clara entre os guaranis e os quilombolas, o sistema médico se caracteriza pela concepção de causas múltiplas para a origem das doenças, buscando a cura "da pessoa total", ou seja, não só o aspecto biológico, como também, psicológico e social. As pessoas dessas comunidades guardam consigo a preciosidade da crença e cultura em relação aos remédios feitos para o consumo próprio, e afirmam acreditar mais nas plantas do que nos fármacos. Portanto, a concepção de saúde esta englobada em uma rede de conceitos que denominamos "cultura", que só poderá ser entendida em sua totalidade, enquanto sistema sujeito às mudanças provocadas pelo tempo e pelo contato interétnico, cicatrizando assim as feridas