Biomassa: Tijolo sustentável
Foram mais de 60 tentativas até que finalmente veio o resultado: o tijolo sustentável, feito com as cinzas provenientes da queima do bagaço da cana-de-açúcar - resíduos que são descartados pelas usinas. A invenção é de duas jovens de Palmeira dos Índios, município de pouco mais de 75 mil habitantes no Agreste alagoano. Elas estudam no Instituto Federal de Alagoas (Ifal) e, durante toda a pesquisa, foram orientadas pela professora de engenharia civil Sheyla Marques.
O tijolo sustentável possui custo bem menor e pode mudar a realidade de muitas comunidades da própria cidade onde elas nasceram. Palmeira dos Índios, assim como muitos municípios do Nordeste, é repleto de casas de taipa.
Durante os estudos, as pesquisadoras descobriram que as cinzas do bagaço da cana-de-açúcar possui sílica, um composto utilizado no cimento para dar liga e resistência. Pode-se dizer que a sílica é a “matéria prima” do cimento. As pesquisadoras ressaltaram que o maior problema foi encontrar o solo ideal, já que não queriam comprar o solo, pois o objetivo e retirar da própria comunidade, para baratear os custos.
Da ideia à produção
As pesquisadoras não guardam segredo sobre o processo de fabricação e quantidade de elementos utilizados na fabricação do tijolo de solo cimento. São 86% de solo, 6% de cimento e 8% de cinzas do bagaço da cana-deaçúcar. Após reunidas essas medidas, a água é acrescentada aos poucos até que se forme uma mistura homogênea.
Nessa invenção, como utiliza-se as cinzas, não é preciso fazer nenhuma queima, os tijolos secam na sombra, sem emitir gases poluentes para o meio ambiente.
Depois que a massa está pronta, é colocada em uma prensa, uma máquina utilizada para dar forma ao tijolo, e, ao mesmo tempo que é preciso força para moldar o material na máquina, também é necessário ter paciência e delicadeza para retirar o tijolo sem quebrar.
Depois de pronto, o tijolo de solo cimento sustentável passa pelo