Biogênese x Abiogênese Na antiguidade as pessoas acreditavam que a vida surgia de forma espontânea, a partir de matéria bruta do meio. Por exemplo, achava-se que rãs surgiam de terra úmida; ratos de material putrefato; insetos de orvalhos e moscas varejeiras de carne podre, na Índia, Babilônia e Egito, ensinavam que crocodilos e cobras eram gerados pelo lodo dos rios. Jean Baptista van Helmont (1648), importante médico belga e nutricionista vegetal, um dos grandes defensores da teoria da abiogênese, formulou no século XVII uma “receita” para produzir camundongos: “Se você prensar uma peça de roupa de baixo, manchada de suor, junto com um pouco de trigo em um vaso aberto, após 21 dias o odor muda e o fermento transforma-se em camundongo. Mas o realmente notável é que o camundongo que aparece do trigo e da roupa de baixo não é um camundongo pequeno, adulto em miniatura ou abortos de camundongo, mas o que emerge é um camundongo adulto!”. Nesse mesmo século surgiram estudiosos dispostos a provar que a vida não surgia a partir de material não-vivo. A teoria da abiogênese foi descartada logo que Redi, Spallanzani, Pasteur e, logo depois Oparin, começaram seus experimentos, que provaram que um ser vivo só se origina a partir de outro ser vivo. O médico, biólogo e cientista italiano Francesco Redi (1626 – 1697), fez o que chamamos de experiência controlada. Em frascos, Redi, colocou pedaços de carne, alguns frascos foram vedados com gaze, outros não. Nos frascos abertos onde moscas entravam e saíam livremente surgiam muitas larvas provenientes de ovos depositados ali. Nos frascos fechados com gaze, onde as moscas não entravam, não apareceu nenhuma larva, mesmo depois de muitos dias. Redi demonstrou com tal experimento que as larvas presentes na carne putrefata se desenvolvem a partir de ovos de moscar depositados ali, e não pela transformação da carne, como propunha a abiogênese. Em fins do século XVII, com os experimentos de Needham e