Biologia
O inglês William D. Hamilton (1936-2000), foi quem mostrou que o equilíbrio podia ser mantido se os hospedeiros adotassem a reprodução sexuada. O sexo gera variabilidade genética, diversidade, e é essa a diversidade dos descendentes que oferece desafio, que torna cada hospedeiro um ambiente singular e dificulta a adaptação dos competidores (vírus, parasitas). O sexo melhora as chances de sobrevivência de uma espécie no mundo dominado por competições implacáveis.
Esse mecanismo é tão eficiente que permite que o hospedeiro tenha resistência natural à infecção por parasitas que ele sequer encontrou. A partir desse raciocínio, Hamilton propôs que, evolucionariamente, o sexo emergiu como uma estratégia para lidar com parasitas e que representa uma real vantagem para as espécies.
Mas e como é que ocorre a seleção sexual? Cada organismo que possuí reprodução sexuada escolhe o parceiro aleatoriamente ou existe uma base? Em 1982 Hamilton, junto com M. Zuk, postulou a hipótese de que os caracteres exuberantes de seleção sexual constituíam uma demonstração de boa saúde, uma prova de que os animais estavam livres de parasitas. Os autores mostraram que entre as aves havia uma correlação negativa significativa entre a infestação por parasitas e a exuberância da plumagem e do canto dos machos, é por isso que as fêmeas das aves escolhem parceiros sexuais pelas características físicas cuja expressão completa depende de saúde e vigor. Isto é, estarão escolhendo os genes de resistência, que serão transmitidos aos seus filhotes. Esta é mais uma demonstração do papel fundamental dos parasitas na evolução dos hospedeiros.