Biologia
Depois da Semana de Arte Moderna, a ideia de "modernismo" - ou seja, de novas atitudes artísticas contra a arte encarada como artificial, contra tudo o que os escritores consideravam "velho"- parecia não ter sido absorvida e a literatura no Brasil parecia não ter mudado em nada.
Entretanto, alguns intelectuais de várias regiões começaram a manifestar-se: a verdadeira arte moderna devia retratar criticamente um Brasil mais abrangente, que mal se conhecia, cujas desigualdades sociais fossem retratadas com vigor num realismo próprio do século 20. A arte literária, segundo vários intelectuais, devia sair dos "salões aristocráticos de São Paulo", quer dizer, devia abandonar o contato apenas com o urbano, influenciado pelas vanguardas europeias.
O Romance de 30
Em 1926, ocorre um congresso em Recife e nele se encontram escritores do Nordeste; estes se dispõem, aos poucos, a fazer uma prosa regional consistente e participativa. É dessas primeiras manifestações que surgirá um dos momentos mais autênticos da literatura brasileira, o Romance de 30.
A data de 1930 é marcante porque consolida a renovação do gênero romance no Brasil, ou seja, traz novos rumos à prosa. Depois de tanta arruaça intelectual dos primeiros modernistas no Sudeste do país, procura-se atingir equilíbrio e estabilidade, que, aos poucos, vai aparecendo em obras e mais obras: O quinze, de Rachel de Queiroz (1930); O país do Carnaval, de Jorge Amado (1931); Menino de engenho, de José Lins do Rego (1932); São Bernardo, de Graciliano Ramos (1934); e Capitães da areia, de Jorge Amado (1937).
Esta nova literatura em prosa será antifascista e anticapitalista, extremamente vigorosa e crítica. Os livros didáticos a chamam com vários nomes: "Romance de 30" (porque é o início cronológico da nova literatura); romance neo-realista (porque essas obras conseguiram renovar e modernizar o realismo/naturalismo do século 19, enriquecendo-o com preocupações