Biologia

(DES)CONSTRUINDO E (RE)CONSTRUINDO O ESPORTE NA ESCOLA:
A HISTÓRIA COMO PARCEIRA DE VIAGEM *
Cláudio Márcio Oliveira **
Introdução
Este trabalho pretende levantar reflexões acerca da inserção do esporte na escola e suas possíveis formas de intervenção e trato pedagógico pela Educação Física Escolar.
Como fruto dessas reflexões, realizadas à luz de uma prática pedagógica concreta, duas questões apresentaram-se como centrais na análise das possibilidades de intervenção do professor. A primeira delas refere-se ao ensino da técnica esportiva no meio escolar: qual a relevância da aquisição de competências de ordem objetiva/instrumental para a formação humana de alunos e alunas? Outra questão central guarda relação com as regras oficiais instituídas pelas federações esportivas: em que medida estas regras têm se apresentado como uma prescrição de formas estereotipadas de movimento, inibindo ou mesmo impedindo nossas crianças de experimentar formas autênticas de “semovimentar”? 1 Pensar esses dilemas nos remete à relação entre esporte na escola e esporte de alto rendimento. É o que trataremos a seguir.

Sobre o esporte e a prática de ensino: questões e dilemas

Pensar o ensino do esporte na escola nos remete a refletir sobre as relações que o mesmo estabelece com o esporte de alto rendimento. Sendo resultado do processo de desenvolvimento das sociedades industriais modernas, KUNZ (1994) aborda que o fenômeno esportivo, orientado na perspectiva do rendimento, apresentaria os seguintes princípios: o princípio da sobrepujança e a necessidade de comparações objetivas, o que por sua vez levaria aos processos de especialização, selecionamento e instrumentalização. Como decorrência disto o “se-movimentar” dos sujeitos estaria condicionado a uma lógica de funcionalidade técnica para atingir o máximo de
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Este texto é uma versão ampliada de pôster apresentado junto ao GTT/Escola no XII Congresso
Brasileiro de Ciências do Esporte (CONBRACE) e intitulado