Biologia
Prof. Dr. Marcos Cassin
Introdução
Nesse texto buscaremos defender que não existe uma formação humana universal na busca da essência humana universal, mas uma formação humana histórica determinada pelos diferentes períodos do desenvolvimento das sociedades: que nas sociedades de classes, a concepção de humano é definida pela classe dominante que organiza o trabalho e o Estado, na sua concepção ampliada, para atender os interesses desta classe.
Para isso fazemos um percurso partindo do aparecimento do homem e tomando a organização do trabalho como definidora da condição humana historicamente determinada, depois expomos o trabalho e a educação na sociedade primitiva enquanto sociedade sem classes. Em seguida tratamos da organização do trabalho nas sociedades de classes, escravismo, feudalismo e capitalismo e como essa organização determina formas diferentes de conceber a educação na perspectiva do interesse de classe.
Por último o texto se reporta à reestruturação produtiva do capital na década de 70 do século XX e suas exigência com relação à formação técnica, política e ideológica.
Também estamos defendendo a tese que a reestruturação produtiva que o capitalismo sofreu a partir nos anos 70 do século passado exigiu mudanças na formação dos trabalhadores no que se refere à qualificação técnica e de formação geral com o objetivo de adequá-la às novas tecnologias e ao novo padrão de gestão.
E ainda reorganização do aparato ideológico do Estado de educação, com a tarefa de construir uma concepção de mundo e de homem que atenda aos interesses do projeto político/ideológico neoliberal.
O trabalho como condição humana determinada historicamente
O trabalho é a ação do homem que transforma os materiais dispostos pela natureza em riqueza e que fundamenta a vida humana. Esta transformação é mediada pela produção de utensílios que “são elementos acessórios ao corpo, que complementam o trabalho das mãos e dos dentes”.1