Biologia celular
Márcio Reis Custódio (2008)
Departamento de Fisiologia - IB/USP
|Modelos de trabalho |[pic] Pag. 4/4 [pic] |
Apesar do grande valor potencial para pesquisa básica e aplicada, são ainda relativamente poucos os trabalhos em biologia celular neste grupo. As próprias características do Filo, tais como a inexistência de tecidos que possam ser isolados; problemas na identificação dos tipos celulares e os inúmeros organismos associados dificultam o trabalho in vitro e desanimam o pesquisador iniciante. Para esponjas, é comum que os protocolos tenham que ser adaptados a partir dos existentes para outros taxa, o que nem sempre produz resultados satisfatórios. Isso tem como conseqüência a redução no número de pesquisadores, o que por sua vez mantém a carência de métodos específicos para a manipulação de suas células.
Atualmente existem modelos que permitem o trabalho in vitro com Porifera. O primeiro deles é representado pelos primorfos (Custódio et al. 1998). Este sistema surgiu a partir da constatação (após anos de tentativas) de que os métodos e meios de cultura empregados para vertebrados não funcionavam para esponjas. As células dissociadas em cultura perdiam rapidamente a viabilidade e morriam em poucos dias. Outro problema era a presença de vários organismos contaminantes, principalmente fungos. As culturas de primorfos se utilizam de uma das característica das esponjas, que é a sua capacidade de reagregação. Quando dissociadas suas células tendem a formar agregados, que se mantidos adequadamente formam os primorfos (Figs. 7 e 8). Estes são estruturas multicelulares semi-esféricas, com uma pinacoderme contínua envolvendo uma massa central de diferentes tipos celulares, com pouca ou nenhuma matriz extracelular. Sendo cultivados em suspensão e relativamente grandes (cerca de 1 mm ou mais), podem ser facilmente manipulados e podem ser usadas como