Biografia de Freud
Experiências próprias pontuaram sua obra
Sigismund Schlomo Freud, que passou a assinar Sigmund Freud, nasceu em 1856 em Freiberg, na Áustria, numa família judia de classe média que, três anos depois, se mudaria para Viena, onde Freud se formou em medicina. Seu interesse pela pesquisa o levou a estudar neuropatologia em Paris e a se associar ao médico Joseph Breuer (1842-1925). Casou-se com Martha Bernays, com quem teve seis filhos. Experiências clínicas e pessoais, como a morte do pai, foram elaboradas por Freud como teoria psicanalítica e apresentadas pela primeira vez de modo sistemático no livro A Interpretação dos Sonhos (1900), ao qual se seguiram Psicopatologia da Vida Cotidiana (1904) e Três Ensaios sobre a Teoria da Sexualidade (1905). A obra de Freud adquiriu amplitude de temas em Totem e Tabu (1913) e O Mal-Estar na Civilização (1930). Acuado pelos nazistas, ele mudou-se com a família em 1938 para Londres, onde morreu no ano seguinte.
Os caminhos de Freud
MÉTODO HIPNÓTICO Charcot, dando aula em Paris, mostra como conhecer o inconsciente.
A cura pela palavra e pela livre associação
Sigmund Freud trabalhou com a intuição dos processos inconscientes nos estudos clínicos feitos em Paris com o neurologista Jean Charcot, que usava a hipnose para tratar histeria. Em Viena, ele teve contato com Joseph Breuer, que cuidou da paciente conhecida como Anna O. Num estado próximo da auto-hipnose, ela falava sobre as primeiras vezes que experimentou os sintomas de histeria, e só isso reduziu a incidência e a violência dos surtos. Nos casos que acompanhou, Freud percebeu que a relutância em associar idéias, os silêncios e as dificuldades de pronúncia indicavam conf lito entre o consciente e o inconsciente reprimido, geralmente material de natureza sexual. A psicanálise surgiu da crença de que trazer à tona esse teor e tratar dele pela fala seria um meio de desatar o nó psíquico. Freud começou então a afirmar a existência da sexualidade infantil