Biografia de Almeida Garrett
João Leitão da Silva, segundo filho do selador-mor da Alfândega do Porto, nasceu naquela cidade em 4 de fevereiro de 1799. Em 1809, aos dez anos de idade, partiu, devido às invasões das tropas de Napoleão Bonaparte, para a Ilha Terceira, nos Açores, onde a família tinha propriedades.
Aos dezessete, entretanto, em plena adolescência, voltou à Península para estudar Direito na Universidade de Coimbra. Essa foi uma experiência muito rica para o jovem, uma vez que aí entrou em contato com as idéias liberais, que o marcariam até o fim de sua vida. Aliás, foi também em Coimbra que adotou o nome Almeida e o sobrenome da avó paterna: Garrett.
Almeida enquanto se envolvia em lutas liberalistas, teve de exilar-se na Inglaterra em 1823. Foi casado com Luísa Midosi e separou-se anos depois após ter seu ainda bebê morto, e após uma suposta traição da parte de Luísa. Sempre envolvido em ramos políticos, Garrett trabalhou na comissão formada para a criação dos Códigos Criminal e Comercial, como secretário da Comissão de Reforma Geral dos Estudos, cônsul-geral na Bélgica, etc.
Importa dizer agora que Garrett foi um grande sedutor, um homem elegante, que, inclusive, ditava moda em Lisboa. Talvez a melhor definição fosse a de um homem fatal, “príncipe dos salões mundanos”. Separado da esposa, Luísa Midosi, apaixonou-se por Adelaide Deville, que morreu em 1841, e com ela teve uma filha, Maria Adelaide.
A partir de 1846, passou a viver com a Viscondessa da Luz, Rosa Montufar Infante, musa das Folhas caídas, obra que causou grande escândalo quando publicada. Dedicou-se, então, à escrita, iniciando um novo romance, Helena, que não chegou a concluir, pois, em 9 de dezembro de 1854, morreu de câncer.
Viagens na minha terra, escrito em 1845, constitui verdadeiras impressões de viagem e digressões de toda a ordem, bem dentro do modelo estabelecido por Sterne e Maistre, uma vez que misturam-se, na obra, a viagem real que