Biogeografia
No conjunto das discussões sobre meio ambiente e desenvolvimento, um dos temas que mais despertam interesse é o da conservação da biodiversidade, ou seja, da pluralidade das espécies que vivem num dado ambiente. Esse interesse, até mesmo de origem política, aponta para a importância do estudo da biogeografia, uma disciplina relativamente nova, estreitamente ligada à ecologia.
Compreende-se por biogeografia a ciência que estuda a distribuição dos seres vivos no planeta, suas causas e conseqüências. Disciplina que constitui o elo da ligação entre a geografia física e a humana, a biogeografia envolve o conhecimento tanto da repartição atual das plantas e dos animais pelos variados ambientes em que sobrevivem, como dos fatores que intervêm nesse processo. Na abordagem biogeográfica, não há nada na natureza que exista isoladamente e por isso é indispensável conhecer as causas da associação ou afastamento de determinadas espécies, assim como os diferentes aspectos morfológicos pelos quais estas se apresentam.
Os grandes acontecimentos geológicos, como as glaciações, a separação dos continentes, as transgressões marinhas e formação das montanhas, foram os responsáveis mais significativos pela caracterização da flora e da fauna de cada paisagem natural da Terra e, desse modo, por sua divisão biogeográfica. Em função da presença ou ausência de certos animais (zoogeografia) ou plantas (fitogeografia), os geógrafos dividiram a Terra em diversas regiões biogeográficas.
Regiões biogeográficas. A primeira divisão zoogeográfica foi realizada, no século XIX, pelo naturalista britânico Alfred Russell Wallace, que tomou como modelo a distribuição dos mamíferos. Contemporaneamente, diferenciam-se cinco regiões zoogeográficas, que incluem a repartição das aves migratórias e dos cardumes de peixe, obviamente de definição mais difícil: (1) holártica, que contém as sub-regiões paleártica (Europa, norte da África e parte não-tropical da Ásia) e neártica (América do Norte);