Biodiversidade Animal

Autor: Prof. José Carlos Lopes Sariego

Caracterização e zonação do bentos
Conceituação de bentos
Bentos é a comunidade dos organismos que vivem no fundo do mar, desde as praias até as profundezas abissais. Suas vidas estão ligadas a algum substrato (rochas, areia, lodo), podendo ser sésseis - se estão fixos sobre o substrato - como as algas e as cracas, ou vágeis caso movimentem-se junto ao substrato - como as estrelas-do-mar, siris, caranguejos e peixes rastejantes. Considera-se como espécie bentônica àquela que vive em íntima relação com o fundo, aí buscando proteção ou nele realizando sua reprodução e alimentação.
Os produtores são constituídos por algas pluricelulares clorofíceas (verdes), feofíceas
(pardas) e rodofíceas (vermelhas). Os principais consumidores são as esponjas, celenterados
(corais e anêmonas), poliquetas, crustáceos, moluscos (incluindo o polvo), equinodermos, alguns protocordados e peixes.
Os substratos lodosos são muito mais ricos em espécies que os arenosos e rochrochosos. Cascos de navios, construções litorâneas (portos) e até mesmo a pele das baleias são substratos onde podem viver seres bentônicos, como as cracas.

Até a pele das baleias serve de substrato para alguns organismos bentônicos, como as cracas.

Zonação
Os organismos bentônicos não se encontram espalhados aleatoriamente pelo fundo oceânico, mas ocupam faixas bem definidas de profundidade onde encontram as condições ambientais que lhe são mais favoráveis. Essas faixas recebem o nome de zona.
Zona é definida como o espaço vertical do domínio bentônico em que as condições ecológicas são praticamente constantes ou variam regularmente entre os níveis limite das zonas. Cada zona possui uma comunidade que lhe é característica. Não é apenas a profundidade que determina a zonação. No caso do ecossistema bentônico antártico, a

zonação e a distribuição dos organismos também dependem do tipo de sedimento e da ação dos icebergs que se arrastam sobre o fundo.