BioCel
Uma grande variedade de toxinas protéicas, como a toxina bacteriana de Pseudomonas e a toxina Shiga, assim como a toxina vegetal rícino, são proteínas heteroméricas que consistem de subunidades A e B. A subunidade A é catalítica. Para a toxina Shiga, a causa mais comum de contaminação de alimentos (hambúrguer contaminado por bactérias), a subunidade A, é uma N-glicosidase e especificamente cliva o RNA ribossomal 28S, dessa forma intoxicando as células através da inibição da síntese de proteínas. Incrivelmente, uma única molécula de subunidade A, quando introduzida no citosol, é suficiente para matar uma célula. Interessantemente, a subunidade A da toxina Shiga é transferida para o citosol à partir da luz do retículo endoplasmático (ER) pelo translocon Sec61. A subunidade B, por sua vez, direciona a toxina Shiga para o ER através da sua ligação com um glicolipídeo GM3 na superfície celular, e atua como o receptor de internalização da toxina Shiga. A toxina Shiga é internalizada nos endossomos, indo então dos endossomos para o complexo de Golgi e do complexo de Golgi para o ER, onde as subunidades A e B se dissociam, permitindo que a subunidade A seja translocada para o citosol.
Numa série de experimentos desenvolvidos para caracterizar os mecanismos comparativos de transferência das toxinas de Pseudomonas e Shiga, do complexo de Golgi para o ER, cientistas primeiro seqüenciaram as respectivas subunidades de direcionamento. Os 24 aminoácidos do terminal-C das subunidades B das toxinas de Pseudomonas e Shiga estão mostrados abaixo:
24 aminoácidos do terminal-C da subunidade B da toxina de Pseudomonas
KEQAISALPD YASQPGKPPR KDEL
24 aminoácidos do terminal-C da subunidade B da toxina de Shiga
TGMTVTIKTN ACHNGGGFSE VIFR
Através da análise dessas sequências, qual é o provável receptor de direcionamento para a transferência das toxinas de Pseudomonas do aparato de Golgi para o ER?
Para testar esta predição diretamente, cientistas