Bia
“Eu ando pelo mundo, divertindo gente/chorando ao telefone/e vendo doer a fome nos meninos que têm fome”. Crítica às desigualdades sociais. Sempre em censura às diferenças.
O refrão reporta a vida sem preocupação com o social. Preferimos olhar “os meninos que têm fome”, ou seja, todos os que sofrem “pelas janelas”. Que janelas são essas? Criamos várias. A janela da individualidade porque preferimos nos fecharmos em nossos problemas ou a janela do medo porque fechamos o vidro do carro amedrontados com as outras realidades.
(quem é ela, quem é ela?)/ eu vejo tudo enquadrado/ remoto controle” –,
Quando ela diz remoto controle é vc ter remoto controle sobre si, ter liberdade de fazer suas escolhas e poder alterar aquilo que não lhe convém.
A vida pragmática exige que tudo seja rápido e solucionado apenas apertando um botão de um “remoto controle”. A correria do dia nos leva pro lado oposto ao caminho de felicidade das brincadeiras “das crianças”. É preciso reservar tempo para se viver o melhor da vida e é preciso aproveitar o nosso tempo que é fugaz e imprevisível. Sem isso torna a vida sem sentido, “eu canto para quem?”.
“Eu ando pelo mundo, e meus amigos cadê?/Minha alegria, meu cansaço/ meu amor, cadê você?/Eu acordei, não tem ninguém ao meu lado”. A sensação de abandono, dos amigos, dos que eventualmente lhe dão alegria e dos que a deixam cansada. Mas a solidão se torna mais incômoda quando percebe que ao seu lado não tem ninguém, e se sente abandonada até por seu amor.
Também, viver só é ter uma vida sem sentido. É preciso saber dar importância às trocas de experiências com quem está do nosso lado.