BHOPAL
Omissão fatal
Na madrugada de 3 de dezembro de 1984, 45 toneladas de gases tóxicos vazaram de um tanque da fábrica de agrotóxicos da Union Carbide, em Bhopal, na Índia. Depois do acidente, a empresa simplesmente abandonou o local e 2 500 pessoas morreram pelo contato com as substâncias letais. Outras 150 mil sofreram com queimaduras nos olhos e pulmões. Os protestos pela limpeza da área são constantes. Até hoje, o solo e a água têm altos níveis de metais pesados e derivados de cloro cancerígenos.
Bhopal: 20 anos depois, Dow Química ainda não pagou pelo desastre
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02/12/2004
O pior acidente industrial do mundo está sendo relembrado desde ontem, 20 anos depois do vazamento de gás tóxico em Bhopal, que causou mortes e sérios danos à saúde de milhares de pessoas na cidade indiana. O Greenpeace e a Campanha Internacional por Justiça em Bhopal (www.bhopal.net) exigem que a Dow Química, responsável pela catástrofe, pague pelo tratamento médico dos sobreviventes do acidente, dê fim aos enormes estoques de veneno abandonados em sua antiga fábrica de pesticidas desde o desastre, e limpe a água subterrânea contaminada. Exigem também a criação de uma legislação internacional sobre responsabilidade corporativa, para garantir que desastres como o de Bhopal nunca mais aconteçam.
"As pessoas em Bhopal ainda sofrem porque a Dow Química se recusa a assumir a responsabilidade pelo seu bem-estar ou pelo lixo tóxico que até hoje contamina o solo e a água no local", disse Vinuta Gopal, do Greenpeace na Índia. "Bhopal nos remete ao perigo da era química, dos duplos padrões por parte das grandes empresas e da falta de responsabilização das corporações multinacionais".
Em um mundo cada vez mais globalizado, é necessário que as corporações como a Dow utilizem padrões consistentes em todo o mundo, assumindo as responsabilidade por suas operações. "Se o desastre de Bhopal tivesse acontecido na Europa ou nos EUA, o local teria sido limpo e as