Bhopal
"As pessoas em Bhopal ainda sofrem porque a Dow Química se recusa a assumir a responsabilidade pelo seu bem-estar ou pelo lixo tóxico que até hoje contamina o solo e a água no local", disse Vinuta Gopal, do Greenpeace na Índia. "Bhopal nos remete ao perigo da era química, dos duplos padrões por parte das grandes empresas e da falta de responsabilização das corporações multinacionais".
Em um mundo cada vez mais globalizado, é necessário que as corporações como a Dow utilizem padrões consistentes em todo o mundo, assumindo as responsabilidade por suas operações. "Se o desastre de Bhopal tivesse acontecido na Europa ou nos EUA, o local teria sido limpo e as pessoas teriam sido indenizadas", disse o diretor-executivo do Greenpeace Internacional, Gerd Leipold, que participa de um seminário sobre Bhopal e responsabilidade corporativa em Bruxelas hoje.
No Brasil, o Greenpeace também exige que a responsabilidade corporativa faça parte da atuação das grandes empresas. Casos gravíssimos de contaminação, como o da Shell Química em Paulínia, da Rhodia em Cubatão ou da Solvay em Santo André (SP) seguem, após muitos anos, sem solução. A belga Solvay, por exemplo, possui um depósito a céu aberto com mais de um milhão de toneladas de cal contaminada com dioxinas (resíduos da fabricação do PVC), uma das